Freira da Madeira Pterodroma madeira

Freira da Madeira Pterodroma madeira MATTHEWS, 1934

A Freira da Madeira Pterodroma madeira é uma ave marinha endémica da Madeira, considerada uma das mais ameaçadas da Europa. Esta ave nidifica apenas na ilha da Madeira, construindo os seus ninhos em zonas extremamente escarpadas no maciço montanhoso central.

A principal razão pela qual se denominou esta espécie de Freira é que, na época de reprodução estas aves, durante as visitas nocturnas aos locais de nidificação, emitem chamamentos que se assemelham a “uivos”, os quais, durante muitos anos, foram interpretados pela população do Curral das Freiras como sendo as almas penadas das freiras que outrora se refugiavam, naquele local, dos ataques piratas à ilha.

Esta espécie foi descrita pela primeira vez para a Madeira pelo padre naturalista alemão Ernst Schmitz, em 1903. Em 1951 Jerry Maul do Museu Municipal do Funchal recolheu um exemplar de Freira, sendo este o último indício da existência da espécie durante os 18 anos seguintes. Nos anos 60 o ornitólogo Paul Alexander Zino fez várias tentativas para encontrar algum sinal da espécie, mas só no final dessa década é que volta a redescobrir a Freira da Madeira.

Após a observação de vários ovos e juvenis com indícios de predação, em 1987 teve início um programa de conservação da espécie ao nível do controlo dos ratos e gatos (principais predadores da espécie), coordenado pelo Freira Conservation Project com o apoio do Parque Natural da Madeira e do Museu Municipal do Funchal. Actualmente o Parque Natural da Madeira lidera um projecto de conservação, co-financiado pelo programa LIFE Natureza, que visa a conservação desta espécie através da recuperação do seu habitat de nidificação.

Até há bem pouco tempo a população de Freiras estava estimada em 30 casais reprodutores, no entanto, durante os últimos anos foram encontradas novas áreas de nidificação aumentando assim o efectivo populacional para cerca de 85 casais reprodutores. A partir do mês de Abril, a Freira inicia visitas às suas áreas de nidificação, situadas nas zonas mais montanhosas da ilha, com o objectivo de começar mais uma época de reprodução.

É nesta altura que, durante a noite é possível presenciar um espectáculo natural e selvagem quando, envoltos pelo silêncio das montanhas, somos surpreendidos pelos seus chamamentos que se assemelham a uivos, assustando os mais desprevenidos.

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